Resumo das Monografias – 7ª Turma de Pós-Graduação Lato Sensu em Hematologia Laboratorial

Doenças Falciformes

Autor: Adriana Lazzarini Mestre

Resumo: A anemia falciforme é uma doença genética causada pela substituição de adenina por timina (GAG, GTG), codificando valina ao invés de ácido glutâmico na posição 6 da cadeia da beta-globina, com produção de hemoglobina S (Hb S). Ela é a doença hereditária monogênica mais comum no Brasil. Em geral, os pais são portadores assintomáticos de um único gene afetado (heterozigoto), produzindo Hb A e Hb S (AS), transmitindo cada um deles o gene alterado para a criança, que assim recebe o gene anormal em dose dupla (homozigoto SS). A denominação “anemia falciforme” é reservada apenas para a forma da doença que ocorre nesses homozigotos (SS). Além disso, o gene da Hb S pode combinar-se com outras anormalidades hereditárias das hemoglobinas, como Hb C, Hb D, beta talassemia, entre outros, gerando combinações que também são sintomáticas, respectivamente chamadas de hemoglobinopatia SC, hemoglobinopatia SD e S/beta talassemia. Todas essas formas sintomáticas do gene da Hb S, em homozigose ou em combinação, são conhecidas como doenças falciformes. Neste trabalho, além das considerações gerais da doença e sua etiologia, expus as manifestações clínicas da doença, os tratamentos disponíveis e os que ainda estão sendo pesquisados.


Mieloma Múltiplo

Autor: Adriana Luiza Vaqueiro

Resumo: Mieloma múltiplo é uma neoplasia disseminada de plasmócitos na medula óssea que pode ocorrer em nódulos ou difusamente. Estas células plasmáticas secretam imunoglobulinas monoclonais, produzindo anticorpos defeituosos sem nenhuma atividade, ocupando espaço na medula óssea dos glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas. É raríssimo antes dos 40 anos de idade, e a incidência é igual em homens e mulheres. O diagnóstico laboratorial requer uma série de exames, como a Eletroforese de Proteínas, Bence Jones, Hemograma e VHS. Outros exames como a Biópsia de Punção de Medula Óssea e Radiografias do esqueleto também devem ser realizados. O tratamento com quimioterapia é a terapêutica mais bem empregada para que a doença atinja uma fase estável, se não tiver progressão, emprega-se o uso de radioterapia ou até mesmo o transplante. Atualmente estão testando uma vacina terapêutica baseada em células dendríticas, que pode causar a regressão do tumor ou sua estabilização.


Talassemias

Autor: Alessandra Janetti Oliveira Valentin

Resumo: A denominação talassemia abrange um grupo heterogêneo de distúrbios hereditários que geralmente levam ao desenvolvimento de uma anemia microcítica hipocrômica. As formas de talassemia têm em comum uma redução da velocidade da síntese de uma ou mais das cadeias de polipeptídeos da hemoglobina, e são mais bem classificadas segundo a cadeia polipeptídica atingida. Assim, existem as talassemias a , b , d e d b . Ainda que a hipocromia dos eritrócitos seja manifestação comum da talassemia, ela não existe em todos os tipos. Por exemplo, a d – talassemia afeta uma fração pequena da síntese de hemoglobina, de modo que não há hipocromia, o que também ocorre em heterozigotos de persistência hereditária de hemoglobina fetal, distúrbio em que há redução ou ausência de síntese de cadeias b e d , e pode não se manifestar em alguns portadores do traço de a ou b – talassemia. A descoberta da hemoglobina Lepore e de a – talassemia, com sua produção de hemoglobina Bart (g 4) e hemoglobina H (b 4), demonstrou que pode haver uma hemoglobina anormal em algumas formas de talassemia. As hemoglobinopatias que resultam de uma única substituição de aminoácidos não são consideradas talassemias, embora possam estar acompanhadas de redução da velocidade de síntese da globina. Os elementos clínicos e laboratoriais das formas principais de talassemia estão agora bem definidos. Geralmente, os indivíduos que têm um gene de talassemia e um gene normal (heterozigotos) são atingidos de modo relativamente ligeiro, e, diz-se que eles têm o traço talassêmico ou talassemia menor. Em contraste, os que herdam dois genes talassêmicos similares ou idênticos, sofrem de grave falha na síntese de hemoglobina e diz-se que têm a talassemia maior. Existem, é claro, exceções, e a caracterização mais exata dos graus variáveis de gravidade dos estados heterozigóticos, bem como a interpretação da base genética desses distúrbios, é um assunto ainda em estado de mudança. Muitos tipos diferentes de traço talassêmico podem ser subdivididos com base no grau de diminuição da velocidade de síntese de cadeia polipeptídica afetada. Formas silenciosas, ligeiras e graves desses genes podem ser distinguidas com base nesse critério. A forma silenciosa não produz modificações eritrocitárias nem alterações na concentração de hemoglobina A2 ou F. É primariamente verificada quando se combina com outro gene de talassemia. As formas ligeira e grave produzem hipocromia da célula vermelha e diferentes graus de alterações nas taxas de hemoglobina específicas.


Anemia Ferropriva

Autor: Ana Paula Felix Arantes

Resumo: A anemia por deficiência de ferro, também chamada ferropriva, é uma das afecções mais comuns que atingem a espécie humana. Ela classifica-se como uma anemia do tipo microcítica e hipocrômica, pois ocorre a diminuição do elemento ferro, responsável pela capacidade de transporte de oxigênio no sangue e essencial para a eritropoiese. Sua incidência precisa é de difícil avaliação, mas sua distribuição geográfica é determinada por deficiências diuréticas e, por parasitismo intestinal, sobretudo nos países mais pobres. Ela afeta mais as mulheres, devido à menstruação e gravidez, os adolescentes pelo crescimento, e, também, as crianças. A anemia ferropriva pode ser causada por vários fatores, tais como: carência dietética, absorção prejudicada, perda sangüínea, gravidez e lactação. Por outro lado, pode ocasionar nos indivíduos afetados: prejuízo ao crescimento, fadiga, astenia, dores, anormalidades ou deficiência de função do tecido epitelial, propensão à infecções, desejo de comer alimentos estranhos, esplenomegalia, entre outros. Os maiores achados laboratoriais que constam desta patologia consistem na hipocromia, microcitose, redução dos níveis da hemoglobina para até 8g/dl, diminuição do ferro sérico e aumento da capacidade de ligação do ferro. O tratamento é feito pela administração do ferro necessário para corrigir a hemoglobina aos seus níveis normais e restaurar os depósitos de ferro, mas o melhor, é se fazer uso das medidas profiláticas para esta doença, as quais podem evitar o seu desenvolvimento.


Síndromes mieloproliferativas crônicas

Autor: Andréia Cristina Rosante

Resumo: As síndromes mieloproliferativas crônicas são doenças proliferativas clonais que afetam linhagens de células granulocíticas, monocíticas, eritróides e megacariocíticas. Referem-se a certas doenças em que a medula óssea prolifera mais ou menos em massa. Tal proliferação é auto perpetuante, lembrando assim uma doença neoplásica e resultando em características clínicas, hematológicas, bioquímicas e morfológicas comuns. Tais doenças, Leucemia Mielóide Crônica, Mielofibrose Idiopática, Policitemia Vera e Trombocitemia Essencial, foram o tema da minha monografia devido a freqüência e a importância das mesmas no dia a dia de profissionais como bioquímicos, biomédicos, hematologistas, entre outros profissionais. O melhor desta experiência é saber que nos últimos anos vem ampliando de modo significativo a esperança de vida dos pacientes portadores dessas doenças devido não só à tecnologia, mas à pessoas como nós, que proporcionam um melhor protocolo de tratamento, a partir de um melhor diagnóstico, e isto acontece através de eventos como especializações.


Anemia por agressão oxidativa

Autor: Carmen Seiko S. Matushita

Resumo: Certas drogas como a Fenacetina; sulfas e derivados; nitratos e nitritos; derivados de benzeno; óxidos de nitrogênio e enxofre; dentre outras, provocam desnaturação oxidativa da hemoglobina nos eritrócitos normais, levando a formação de metaemoglobina e corpúsculos de Heinz causando graves anemias. Oxi-hemoglobina é a molécula de hemoglobina com o ferro no estado ferroso, capaz de ligar-se reversivelmente com o oxigênio e conduzi-lo dos pulmões aos tecidos. Metaemoglobina é um derivado da molécula de hemoglobina com o ferro no estado férrico, que reage com o oxigênio irreversivelmente, formando radicais livres representados pelo íon superóxido (O2· ), peróxido de hidrogênio (H2O2) e íon hidroxila (OH· ), entre outros. Esses radicais livres lesam a molécula de hemoglobina e produzem danos efetivos nas estruturas biológicas dos Ácidos Nucléicos (DNA e RNA), proteínas e lipídeos, causando mutagênese e câncer. As principais consequências de alteração de membrana provocada pelos radicais livres são: alteração da permeabilidade; alteração do transporte de substâncias orgânicas e inorgânicas; alterações da bomba de Na+, K+, Ca++ e ATPase; danos ao DNA; morte celular precoce. A desoxigenação da hemoglobina causa cianose e sintomas de hipóxia nos pacientes. Indivíduos com deficiência de Glicose-6-fosfato desidrogenase (G-6PD) ou outros componentes do processo de desintoxicação dependente da glutationa redutase (GSSG), superóxido dismutase (SOD) e catalase são sensíveis aos efeitos hemolíticos dos oxidantes. No sistema retículo endotelial do baço, os macrófagos removem os corpúsculos de Heinz por fagocitose, originando as células “mordidas”, com conseqüente hemólise e anemia. Metaemoglobinemia ou “Síndrome do Sangue Achocolatado”, ocorre quando a concentração de metaemoglobina exceder a 5% do total de hemoglobina. O sangue tem uma tonalidade marrom-escuro como chocolate.


Caso de interesse: A química do sangue pela ótica da coagulação sangüínea

Autor: Celso Cavalheiro D’Alvio

Resumo: A análise da coagulação do sangue inclui a história clínica do paciente, buscando episódios de hemorragias espontâneas ou produzidas por pequenos traumas. Alguns testes de laboratório são comumente usados para avaliar a hemostasia e a coagulação, nos pacientes candidatos à procedimentos cirúrgicos. Os testes mais usados são: o tempo de coagulação, tempo de sangramento, contagem de plaquetas, tempo (atividade) de protrombina e tempo parcial de tromboplastina. O conjunto de testes acima listados, constitui um bom rastreamento de deficiências qualitativas da hemostasia e da coagulação. Valores anormais de qualquer dos testes, indicam a necessidade de estudos mais detalhados da coagulação e avaliação por especialistas. Conforme a natureza do estímulo desencadeador, os mecanismos da coagulação do sangue, podem ocorrer seguindo duas vias distintas, conhecidas como via intrínseca e via extrínseca. As duas vias podem ser ativadas simultânea ou separadamente. A via mais comum, é a via extrínseca, que ocorre pela lesão de vasos sangüíneos ou à partir de estímulos tissulares. Na via extrínseca, uma substância dos tecidos, a tromboplastina, é liberada no local da injúria do endotélio vascular e desencadeia as reações da coagulação. A tromboplastina tecidual ou fator III, se combina com o fator VII (acelerador da conversão da protrombina do soro), na presença do fator IV (cálcio), para ativar o fator X (Stuart-Prower). A via instrínseca envolve a ativação de um fator existente no sangue, o fator Hageman (fator XII), também conhecido como fator de ativação pelo contato. Este fator se ativa ao contato com qualquer superfície que não seja o endotélio vascular e, em seguida ativa o fator XI. Ambos os fatores forçam a ativação do fator IX que, por uma vez ativado, converte o fator III (fator anti-hemolítico) à sua forma ativa, que forma um complexo com o cálcio e um fosfolipídeo (fator plaquetário III). Este complexo do fator VIII, cálcio e o fosfolipídeo, ativa o fator X. As vias extrínseca e intrínseca de ativação da coagulação iniciam-se à partir de estímulos diferentes, mas convergem na ativação do fator X. O resultado da ativação da via extrínseca ou da via intrínseca é o mesmo, a presença do fator X ativado. A via extrínseca é mais veloz que a intrínseca. À partir da ativação do fator X, ambas as vias, extrínseca e intrínseca, seguem a mesma via comum de estimulação, até a formação do coágulo final. O fator X ativado, juntamente com o fator V (pró-acelerina), o fator IV (Cálcio) e o fosfolipídeo convertem o fator II (protrombina) em trombina. A trombina estimula uma série de reações, como a agregação plaquetária, a liberação de serotonina, ADP e fator plaquetário IV. Contudo, a ação mais importante da trombina ocorre sobre o fator I (fibrinogênio). A trombina fragmenta o fibrinogênio em um monômero da fibrina e dois outros peptídeos, os fibrinopeptídeos A e B. Os monômeros da fibrina se unem para formar os filamentos de fibrina, através de um processo de polimerização. Os filamentos de fibrina aderem entre si, estimulados pelo fator XIII (fator estabilizador da fibrina), que exige a presença da trombina e do cálcio. A malha de fibrina resultante engloba plaquetas, hemácias e plasma, formando o coágulo definitivo. As plaquetas retidas no interior dos coágulos liberam certas substâncias pró-coagulantes. À medida que o coágulo se retrai, as bordas dos vasos sanguíneos rompidos aproximam-se, para o final da hemostasia.


Plaquetas

Autor: Cristina Rosa

Resumo: As plaquetas se apresentam como pequenos discos, que como as demais células sanguíneas (leucócitos e hemácias), provém de uma mesma célula reticular primitiva, que dará origem ao megacariócito. Tendo como principal função, a detecção e recuperação da perda de sangue da corrente circulatória. As plaquetas tem a estrutura interna relativamente complexa, cuja função é primordial nos processos de hemostasia e coagulação do sangue. Existem no sangue circulante, em condições normais, entre 150.000 e 350.000 plaquetas por mililitro (em média 250.000/ml). Quando o número de plaquetas do sangue circulante é superior a 350.000/ml dizemos que há trombocitose. Quando o número de plaquetas do sangue circulante é inferior a 150.000/ml dizemos que há trombocitopenia. Para que ocorram eficiente hemostasia e coagulação, é necessário que existam em circulação, pelo menos, 50.000 plaquetas/ml de sangue. Os distúrbios de sangramento podem ser causados por anormalidades nos vasos sangüíneos, de defeitos qualitativos ou quantitativos das plaquetas, além de poderem estar associados também a deficiências nos fatores de coagulação sangüínea.


Reticulócito: Múltiplos enfoques para um clássico parâmetro

Autor: Daniela Ferrari Micheletti

Resumo: Os reticulócitos são células de origem eritróide com resíduos de RNA, sendo esses evidenciados com a utilização de colorações supravitais. Os reticulócitos aparecem como um corpúsculo maior que o eritrócito, medindo cerca de nove m m de diâmetro, também difere do eritrócito por conter vestígios de RNA, mostrando uma basofilia homogênea, superposta à intensa acidofilia da hemoglobina. O número de reticulócitos no sangue periférico reflete a atividade eritropoiética da medula óssea. Com a contagem de reticulócitos pode-se diferenciar uma anemia com hipoprodução de células vermelhas. Os resultados da contagem manual de reticulócitos são expressos simplesmente como uma percentagem. Isto pode dar uma falsa impressão sobre o número de novos reticulócitos. Portanto, quando o laboratório fornece a contagem de reticulócitos em valor não corrigido, deve converter o resultado para o valor absoluto ou para uma contagem corrigida de reticulócitos. A contagem automática usa uma reação citoquímica para a diferenciação e contagem de reticulócitos. O grande número de células contadas aumenta a precisão e exatidão na rotina. Também, os novos índices reticulocitários podem detectar alterações da atividade eritropoiética na fase inicial.


Anemia Megaloblástica

Autor: Déborah Simões Pereira

Resumo: A anemia megaloblástica é causada mais comumente por deficiência de cobalamina e folato. A vitamina B12 e o ácido fólico intervém no metabolismo de quase todas as células do organismo. Sua ação é importante na síntese do DNA e das proteínas e sua carência afeta, portanto, todas as células do organismo. Destas, as que têm proliferação com mitoses freqüentes e portanto maior síntese de proteínas e de DNA, são as que mais sofrem as consequências da carência de folatos e da vitamina B12. É o caso do retículo hemopoiético. Assim, é que a carência da vitamina B12 e de folatos ocasiona alterações dos elementos figurados do sangue. Essa carência provoca também sintomas digestivos como diarréia e anorexia, sintomas oculares como diminuição da acuidade visual, alterações no sistema nervoso como degeneração da bainha de mielina dos nervos na deficiência de B12, alterações da pele e de seus fâneros, atrofia das papilas linguais e sem esquecer dos sintomas gerais da anemia.


Hemofilia

Autor: Denise Rodrigues Barbosa

Resumo: O que saber sobre hemofilia: 1) Identifique os sinais da doença – normalmente o sangramento de um corte superficial na pele é logo estancado pela coagulação. Num hemofílico, o mesmo corte provoca uma hemorragia desproporcional ao ferimento que, se não for convenientemente tratado, pode sangrar por horas e até dias seguidos. Em geral, os primeiros sinais se apresentam ainda na infância. O menino, por exemplo, morde acidentalmente o lábio e o sangramento demora várias horas para estancar.; 2) A primeira pequena hemorragia de um hemofílico pode ser estancada com a aplicação de compressas frias no local. Mas, se o sangramento parece anormal, o doente deve ir imediatamente a um médico, principalmente se houver antecedentes familiares de hemofilia; 3) Evite praticar esportes violentos. Natações e ginásticas que não impliquem riscos de ferimentos são os esportes mais aconselháveis; 4) Sempre que houver necessidade de qualquer intervenção cirúrgica, informe ao médico sobre a doença; 5) Mulheres portadoras, ao engravidarem, podem realizar um diagnóstico pré-natal. O exame deve ser feito em serviços especializados, onde é coletada uma amostra do tecido fetal. Com a informação sobre o sexo da criança, é dosado o fator de coagulação; 6) Tipos: A hemofilia A é a mais freqüente, caracteriza-se pela deficiência do fator VIII de coagulação. Representa 85% dos casos. A hemofilia B, conhecida também como Fator Christmas, deve-se à deficiência do fator IX. Os dados clínicos e de laboratórios são similares aos da hemofilia do tipo A. Atenção: O fator VIII é localizado no cromossomo X, que é o cromossomo sexual feminino. Como os homens possuem os cromossomos XY, se o X for portador da anomalia, ele será, mesmo que ela herde um cromossomo doente, terá outro normal e não chegará a se desenvolver a doença.


Doença Hemolítica do recém-nascido

Autor: Eudes Pina Forzani

Resumo: Este trabalho tem como objetivo relatar, em todos aspectos contidos nas fontes bibliográficas atuais, a doença hemolítica do recém-nascido (DHRN), também conhecida como eritroblastose fetal. Esta doença é considerada uma anemia hemolítica em conseqüência da perturbação do processo imune ocasionada por incompatibilidade dos grupos sangüíneos da mãe e do feto. A DHRN pode ser causada por antígenos C, D ou E e ainda por outros antígenos eritrocitários, porém, o anti-Rh (D) se constitui em sua causa mais comum por ser mais imunogênico em relação aos outros antígenos. A DHRN causa, principalmente, anemia e hidropsia, icterícia, kernicterus, hepatoesplenomegalia, púrpura, entre outras complicações. Seu diagnóstico laboratorial baseia-se na demonstração da incompatibilidade nos grupos sangüíneos da mãe e o feto, e uma das principais alterações está na Prova de Coombs indireta, que se encontra positiva no recém-nascido afetado. Apesar de grave, a DHRN possui medidas de tratamento que podem levar à sua cura, através, principalmente da exsanguíneo transfusão e da fototerapia, que são as formas mais eficientes do tratamento após o nascimento. Além do tratamento, existem medidas que previnam a instalação da doença, ou seja, que impedem a sensibilização materna aos antígenos Rh fetais.


Controle de qualidade no hemograma

Autor: Ezildinha Maria Teixeira de Sabóia

Resumo: É importante desenvolver atividades para promover educação continuada e treinamento de todos os envolvidos nos procedimentos de medição. A educação continuada deve ter como meta o desenvolvimento de atitudes voltadas para a gestão de qualidade, que assegurem uma organização geral do laboratório e o desenvolvimento de procedimentos operacionais padrão para garantir que as atividades sejam executadas sempre da mesma forma. O treinamento deve ser voltado para habilitar as pessoas nos processos a fim de que executem todos os procedimentos com a melhor e mais eficiente técnica disponível.


Transplante de Medula Óssea e os caminhos da genética em casos de Anemia de Fanconi e Leucemia Mielóide Aguda em adultos

Autor: Fausto Slugek

Resumo: O transplante de medula óssea, e no futuro, a terapia gênica são a esperança de cura e uma vida melhor para milhares de pessoas portadoras de doenças no sangue e outras doenças também. O transplante de medula óssea é uma modalidade terapêutica que visa o tratamento da doença com uso de altas doses de quimioterapia associada ou não à radioterapia corporal total. Ele consiste na substituição de uma medula doente ou deficiente por uma saudável. Tem indicação nas doenças em que existe uma falência do sistema hematopoiético, seja por infiltração de células leucêmicas na medula óssea, seja por doenças que alterem a produção dos constituintes sangüíneos. Também apresentam indicações nas doenças que comprometem severamente o sistema imunológico e nos tumores sólidos em que a dose de quimioterapia necessária para o tratamento possa comprometer o sistema hematopoiético de maneira irreversível. Exemplos de indicações: leucemias, linfomas, anemia aplástica, anemia de Fanconi, imunodeficiências congênitas, anemias hemolíticas hereditárias, tumores sólidos e outras doenças metabólicas. Infelizmente nem todas as pessoas podem se beneficiar do transplante, porque depende muito das condições de saúde do paciente. Cabe ao clínico analisar o tipo de transplante, idade e sexo do paciente e do doador, histórico clínico de ambos, os benefícios do transplante para cada caso e fazer a indicação ou não. Clinicamente a anemia de Fanconi é uma doença genética de herança autossômica recessiva com evolução invariavelmente fatal, que inicia suas manifestações clínicas geralmente na infância. Caracteriza-se por uma insuficiência da medula óssea e malformações congênitas. As mais comuns são pigmentação anormal da pele, malformações cardíacas, malformações renais, defeitos esqueléticos, nanismo e outras. O transplante de medula óssea (alogênico) é o tratamento eficaz para restaurar a hematopoiese devido à alta sensibilidade das células da anemia de Fanconi aos agentes alquilantes, já que o tratamento suporte transfusional e hormonal é paliativo e o uso de drogas alquilantes em doses habituais provoca toxicidade em níveis inaceitáveis. A leucemia mielóide aguda caracteriza-se pelo crescimento descontrolado e exagerado de células indiferenciadas da linhagem branca chamadas de “blastos”. Estas células não apresentam as funções normais dos leucócitos. Além disso, ainda existe um bloqueio na produção das células normais havendo uma deficiência de eritrócitos, plaquetas e leucócitos. Na maioria dos casos desta doença, não existe causa evidente. No entanto, em alguns pacientes consegue-se relaciona-la à exposição à substâncias químicas ex: benzeno, à irradiações ionizantes, à quimioterapia usada no tratamento de outras doenças como câncer de ovário, câncer de mama e linfomas. Doenças raras como anemia de Fanconi e Síndrome de Down podem estar associadas ao aparecimento de leucemia mielóide aguda. O transplante de medula óssea é o tratamento eficaz e visa a erradicação do clone leucêmico e o restabelecimento da hematopoiese normal. É utilizado após a remissão completa da doença a fim de se evitar a recidiva da mesma diminuindo a quantidade de células leucêmicas não detectadas clinicamente. Até o presente momento, estudos prospectivos e randomizados não nos dão uma resposta clara quanto a escolha de qual tipo de transplante (alogênico ou autoplástico) deve ser usado. Os pacientes com anomalias citogenéticas favoráveis [t(8;20), inv (16), del (16), t(16;16), t(15;17)] não teriam indicação de transplante autólogo ou alogênico, já que com a quimioterapia pós remissão em altas doses a sobrevida em longo prazo é boa. Por outro lado, os pacientes refratários, ou seja, os que não respondem à quimioterapia de indução e remissão completa, tem uma excelente alternativa terapêutica no transplante de medula óssea alogênico. A modalidade terapêutica para o transplante autoplástico não precisa de doador HLA compatível aparentado e pode ser utilizado em maior número de pacientes e tem a vantagem de permitir o uso de altas doses de quimioterapia sem a morbidade e mortalidade associadas ao transplante alogênico, porém deixa de existir o efeito benéfico do enxerto contra a célula leucêmica. Com o advento da modernidade novas ações terapêuticas serão exploradas como imunoterapia, especialmente a utilização de interleucina-2 (IL-2), o uso de vacina e anticorpos monoclonais como o anti-CD33 conjugado ou não a toxinas, radioisótopos ou quimioterápicos, de substâncias que modulem a expressão do gene de múltipla resistência a drogas (MDR), de substâncias inibidoras, a “terapia gênica”.


Diagnóstico da doença residual mínima nas leucemias

Autor: Fernanda de Toledo Adachi

Resumo: As estratégias terapêuticas disponíveis para o tratamento de doentes com hemopatias malignas permitem alcançar uma elevada taxa de remissões completas. No entanto, muitos desses doentes eventualmente recidivarão, devido à persistência de pequenas quantidades de células malignas residuais que são indetectáveis pelas técnicas citomorfológicas convencionais. À massa de células malignas presentes abaixo deste limiar, denomina-se Doença Residual Mínima (DRM). Nesse sentido, é necessária a utilização de técnicas mais sensíveis, capazes de permitir a detecção de células malignas presentes em baixas frequências em meio a uma maioria de células normais. E é justamente sobre estas técnicas o conteúdo desta monografia. Antes, porém, iremos esplanar o campo da hematologia falando sobre as leucemias, para então, podermos entrar com maior clareza, no Diagnóstico da Doença Residual Mínima.


Anemias hemolíticas e anemias carenciais

Autor: Heitor Nogueira de Almeida Neto

Resumo: As anomalias genéticas das proteínas eritrocitárias resultam em várias doenças de importância clínica. Podemos agrupar estas doenças em quatro grandes grupos: anomalias que afetam as enzimas eritrocitárias; anomalias que afetam as proteínas da membrana eritrocitária; anomalias que afetam a estrutura, função ou estabilidade da hemoglobina; anomalias que afetam a produção dos eritrócitos (vitamina B12, ácido fólico e ferro). As consequências clínicas das anomalias da estrutura, função e do metabolismo das hemácias são inúmeras. Estas incluem a anemia, a policitemia, a hemólise e a cianose. As causas destes sintomas e os dados laboratoriais necessários ao diagnóstico destas condições constituem o assunto deste texto.


Detecção de Hb S em população pediátrica, gestantes e clínicas especializadas no Instituto Fernandes Figueira – FIOCRUZ

Autor: Jânio Alves Cordeiro

Resumo: A hemoglobina “S”, responsável pela anemia falciforme na forma homozigótica, é assim denominada por conferir as hemácias desoxigenadas a morfologia de uma foice. Responsável por um amplo espectro de distúrbios que variam de anemia discreta, até quadros onde há uma alta morbidade e mortalidade. Algumas das síndromes falciformes não apresentam um potencial patológico significativo (traço falcêmico) e o diagnóstico preciso é condição básica para manuseio clínico apropriado e para a discussão genética significativa. O objetivo deste estudo é determinar através de teste rápido e posterior comparação com a eletroforese de hemoglobina a presença de hemoglobina S em: gestantes, população pediátrica e nas diversas clínicas especializadas. A média encontrada nas populações estudadas foi de 5,54%. Observou-se que de forma relativa a população pediátrica teve mais que o dobro de positividade quando comparado com as gestantes. Nas amostras oriundas de outras clínicas o índice obtido foi de 6,12%.


Anemia Falciforme

Autor: Karen Isabella Gomes Fernandes da Silva

Resumo: A anemia falciforme é uma doença constitucional de evolução crônica, de alto índice de mortalidade, apresentando consideráveis variações na severidade com que evolui nos diferentes grupos étnicos, geográficos e mesmo individualmente. Vários fatores intervêm na história natural da doença, sendo de importância e permanência de alto índice de Hb F, assim como a associação com variantes estruturais da cadeia alfa e com a depressão de G6PD, que influenciam de maneira variável, ficando esses enfermos expostos as crises e infecções. O prognóstico continua pessimista, apesar dos recursos terapêuticos suportivos de que se dispõe. A morte súbita como já foi referido, é mais freqüentemente na primeira infância, como conseqüência de crises aplásticas ou de hipersequestração, cabendo as infecções pulmonares e septicemias a mortalidade das demais faixa etária.


Incidência de G-6-PD em recém-nascidos da cidade de Uberaba

Autor: Lizia Maria Franco dos Reis e Campos

Resumo: A Glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) é uma enzima citoplasmática presente em todas as células, cuja principal função nas hemácias é proteger contra os radicais livres de oxigênio, através da produção de NADPH, na via de Shunt das Pentoses. A deficiência de G6PD é a enzimopatia mais comum em humanos, afetando cerca de 2 a 3% da população mundial. A necessidade de realizar a triagem neonatal em G6PD tem sido discutida no Brasil devido a essa freqüência. Os sintomas clínicos estão associados à anemia hemolítica e icterícia neonatal induzida por agentes oxidantes, como inúmeras drogas, feijão de fava e algumas infecções que podem levar a danos neurológicos e até ao óbito. Utilizamos o Ensaio-Intercientífica, que utiliza a G6PD, na presença do NAD, catalisa a oxidação da G6P para 6-fosfogluconato. O NADPH produzido é medido colorimetricamente em modo cinético em 340nm, corrigindo a atividade enzimática de acordo com concentração da Hb em modo cinético em 405nm. Como controle, foram utilizadas hemácias liofilizadas cedidas pela Intercientífica. O “Cut-off” foi calculado pelo fabricante. As amostras foram coletadas do cordão umbilical, com EDTA. Foram analisados 505 de recém-nascidos sendo 316 do sexo feminino (62,17%) e 189 do sexo masculino (37,43%). Das 505 amostras, 406 apresentam atividade da G6PD acima de 17,1U/gHb (91,5%), compatível com atividade enzimática normal; 33 (sexo feminino) com atividade entre 5,7 d 17,1 U/gHb (6,5%), compatível com a deficiência parcial e 10 (sexo masculino) com atividade enzimática menor que 5,7 U/gHb (1,9%), compatível com a deficiência total. Assim, a incidência da deficiência, nestas amostras da cidade de Uberaba, foi de 8,4% das duas formas de deficiência combinadas.


Prevalência de hemoglobinopatias em laboratório de demanda na cidade de Patrocínio – MG

Autor: Lucas Campos de Siqueira

Resumo: As hemoglobinopatias são um conjunto de alterações qualitativas e/ou quantitativas das hemoglobinas que podem não causar ou causar graus variados de anemia e que, freqüentemente, não são diagnosticadas em investigações de rotina para estas patologias, principalmente fora dos maiores centros de medicina ou instituições de ensino. Pela sua freqüência na população em geral e sua relativa simplicidade diagnóstica torna-se imperativo colocar a investigação de hemoglobinopatias em qualquer protocolo para investigação de anemia ou mesmo de distúrbios hemolíticos. Este trabalho tem como objetivo fazer um levantamento estatístico, em laboratório de demanda, das hemoglobinas presentes na população em geral, na faixa etária de 05 a 45 anos de idade, em amostras colhidas aleatoriamente de pacientes que realizaram hemograma no I.P.H.S. – Instituto de Patologia e Hematologia Siqueira, na cidade de Patrocínio – MG. Optou-se por esta faixa etária por ser de população economicamente ativa e cujo diagnóstico de anemia, em muitos casos, leva a perda de capacidade laboral e fora da faixa de crianças que vêm sendo investigadas para hemoglobinopatias através do teste do pezinho que a partir do ano de 1998, tornou-se rotina no estado de Minas Gerais. Ainda foram escolhidas amostras aleatórias por nunca haver nenhum tipo de levantamento desta natureza em nossa cidade e micro-região, não havendo inclusive este tipo de exame na rotina laboratorial da mesma. Nas amostras foram realizados os testes de fragilidade osmótica em NaCl a 0,36% e eletroforese de hemoglobinas em acetato de celulose em pH alcalino. Os casos onde foram necessários exames complementares para confirmação diagnóstica tiveram amostras enviadas ao C.D.A – Laboratório de Referência para Hemoglobinopatias na cidade de São José do Rio Preto – SP. Pretende-se analisar o perfil de hemoglobinas normais e anormais na população geral da cidade e micro-região e compara-los aos demais dados estatísticos disponíveis, contribuindo, assim, para uma melhor compreensão da distribuição das hemoglobinopatias em nosso meio e mostrar a importância desta pesquisa em pacientes com quadros de anemia.


Diagnósticos de hemoglobinopatias no Laboratório Exame de Análises Clínicas e Citodiagnósticos S/C Ltda., em Presidente Prudente no período de 1998 à 2002

Autor: Luiz Ernesto Paschoalin

Resumo: Após realizar 665 eletroforeses de hemoglobinas e concomitantemente, os hemogramas obtivemos os seguintes resultados: 567 casos de anemias carenciais; 70 casos de Beta talassemia minor; 23 casos de Hb AS; 02 (dois) casos de Hb AC; 02 (dois) casos de Beta talassemia minor associado à Hb S e 01 (um) caso de Alfa talassemia. Tendo portanto, quantidade maior de diagnósticos de Beta talassemia minor (71,43% das hemoglobinopatias) e também do traço falcêmico (23,47%), tendo pouca incidência de outras hemoglobinopatias. Dados estes que entram em desacordo com outros trabalhos e literatura existente, obviamente mais amplas, que abrangeram todo o país. A população brasileira caracteriza-se pela grande miscigenação de grupos étnicos que colonizaram nosso país, e região posteriormente, com seus descendentes. É importante ressaltar que a grande maioria dos pacientes envolvidos neste trabalho, são oriundos de convênio, portanto, pacientes de serviço ambulatorial, com assistência médica e de classe social diferenciada.


Leucemia Mielóide Crônica

Autor: Maisa Esteves Silva Rodrigues Paiva

Resumo: A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos) de origem, na maioria das vezes, não conhecida. Ela tem como principal característica o acúmulo de células jovens (blásticas) anormais na medula óssea que substituem as células sanguíneas normais, ou seja, essa produção descontrolada de leucócitos é causada por mutação cancerosa de células mielogênicas caracterizadas em geral por números aumentados de leucócitos anormais no sangue. A medula é o local de formação das células sanguíneas, ocupa a cavidade dos ossos (principalmente esterno e bacia) e é conhecida popularmente por tutano. Nela são encontradas as células mães ou precursoras que originam os elementos figurados do sangue: glóbulos brancos, vermelho (hemácias ou eritrócitos) e plaquetas. A leucemia é tradicionalmente dividida em dois tipos principais: aguda e crônica. Fisiologicamente a distinção baseia-se na capacidade de diferenciação da célula maligna. O tipo de leucemia mais freqüente na criança é a leucemia linfóide aguda (ou linfoblástica). A leucemia mielóide aguda é mais freqüente no adulto. Esta última tem vários subtipos: mieloblástica (menos e mais diferenciada), promielocítica, mielomonocítica, monocítica, eritrocítica e megacariocítica. Os principais sintomas da leucemia decorrem do acúmulo dessas células na medula óssea, prejudicando ou impedindo a produção dos glóbulos vermelhos (causando anemia), dos glóbulos brancos (causando infecções) e das plaquetas (causando hemorragias). Depois de instalada, a doença progride rapidamente, exigindo com isso que o tratamento seja iniciado logo após o diagnóstico e a classificação da leucemia. A leucemia aguda é uma doença clonal, na qual a célula maligna é capaz de proliferar, mas sua maturação é bloqueada em estágio precoce do desenvolvimento. Portanto, há uma “parada da maturação”, ocorrendo geralmente na “fase blástica” do desenvolvimento. Estas células leucêmicas mantêm a capacidade de proliferação, resultando um acúmulo progressivo das células neoplásicas, que substituem os tecidos hematopoiéticos normais, havendo uma passagem dessas células para a corrente sangüínea. A leucemia crônica, também descende de clones de células primitivas, crescendo e proliferando de maneira desordenada, distinguindo da aguda por serem capazes de maturação. Por conseguinte, as células matrizes neoplásicas podem amadurecer e se transformar em neutrófilos, sem sofrerem parada do desenvolvimento. Tendo como aspecto característico um aumento considerável de todas as células da série mielóide, levando a um quadro de intensa leucocitose.


Anemia Falciforme

Autor: Márcia Konder Rodrigues dos Santos

Resumo: Este trabalho trata de uma das alterações hematológicas hereditárias mais comuns conhecidas pelo homem, a anemia falciforme. A doença, classificada como uma hemoglobinopatia, é analisada neste, em todos os seus aspectos, tais como, fisiopatologia, genética, quadros clínicos e laboratorial, dados epidemiológicos, bem como em sua prevenção e tratamento entre outros. A anemia falciforme possui uma hemoglobina anormal (Hb S) que sofreu uma mutação gênica em sua estrutura que precipita dentro da hemácia em baixas tensões de oxigênio, conferindo a essas células o formato de foice. Essas hemácias falcizadas, causam, principalmente, a oclusão dos vasos sangüíneos, propiciando consequências clínicas que podem ser manifestadas em todos os sistemas orgânicos. Seu diagnóstico pode ser confirmado laboratorialmente, primordialmente através da eletroforese de hemoglobina e do teste de falcização com metabissulfito de sódio a 2%, já que estes exames comprovam a presença de hemoglobina S, a principal característica da anemia falciforme. O prognóstico dos doentes geralmente depende de seu diagnóstico, que deve ser preferencialmente precoce. Seu tratamento está baseado, especialmente na hidratação, combate à dor e oxigenoterapia, e, apesar da possibilidade de sua cura através do transplante de medula óssea, devem-se considerar também medidas profiláticas, ou seja, medidas que previnam as complicações advindas da doença.


Automação em Hematologia

Autor: Márcio Rodrigues

Resumo: A análise hematológica após o advento da automação, vem sendo a cada dia avaliada por vários trabalhos científicos publicados em revistas especializadas, que apresentam desde uma simples comparação de diferencial relativo de metodologia manual x metodologia automatizada, até estudos que envolvem grupos de pacientes comprovadamente com patologias hematológicas. Tais procedimentos trazem resultados que estão sendo tabulados, avaliados e estudados, com o objetivo de que as características ou informações mais precisas possivelmente fornecidas por metodologia automatizada, possam gerar avaliações precoces ou mesmo variações sutis, que vão auxiliar no tratamento em fases iniciais de algumas patologias hematológicas ou mesmo, desmistificar conceitos existentes.